Olhar Cego nº 13

Data 20/09/2024 15:43:47 | Tópico: Poemas

[Este texto não pertence à Administração. Trata-se de uma colaboração de um Luso-Poeta, que participou de forma anónima no jogo "Olhar Cego". No final, revelaremos a sua identidade. Convidamos os utilizadores a pontuar e a comentar o texto à vontade, como fazem com qualquer outro.]

Poema inútil

hoje sou uma folha transviada
num espelho de águas
neste poema onde as palavras
se apagaram da memória,
restam as mágoas.

este é um poema torpe e inútil
para encerrar a vida com alguma
lucidez,
virá a desmemória tudo se apagará de vez
entre o sol e um voo
até ao obscuro.

contarei as rugas novas
continuarei a viver?
sei que é duro!
e com lucidez interrogo-me
serão minha última derrota?
talvez a amargura se vá fundindo
e eu resistindo.

tenho a certeza de ter vivido
escrevo este poema, meu universo
pode não fazer sentido,
na minha insanidade é verso
mais um verso

confuso meu rosto desolado
lembra quando a vida ardia,
hoje derrubado,
- resiste a mais um dia.



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