
Um dia comum
Data 27/09/2024 13:31:04 | Tópico: Poemas
| Caminhando a passos largos, Apressadamente, Como todos os transeuntes, Deparei-me com o nada.
O som ensurdecedor das buzinas, Apenas indicava que o mundo estava vivo, Que o comércio não fecharia, E que num piscar de olhos, a noite apontaria.
As crianças sorriam e brincavam, E tudo parecia estar no exato lugar, Onde as coisas deveriam estar. Onde eu mesma deveria estar.
Diminuí a velocidade, E parei para contemplar a igreja em festa. Os fiéis em oração. À espera por tantos milagres que eram solicitados.
Entrei no local de tanto fervor e esperança.
Fiquei quieta, apenas olhando para as imagens sagradas, Borradas de lágrimas – algumas com sangue, E não me atrevi a pronunciar um único som, Enquanto a homilia era cantada.
Respirei fundo.
Fechei os olhos em sinal de respeito.
E lá deixei a minha rosa vermelha - a oferenda que eu tinha no momento.
Lá, ela ficou.
Como um sinal da minha palavra muda. Um sinal. Sinal de que, talvez, eu retornaria, No dia seguinte.
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