
A última fronteira do mundo
Data 29/09/2024 12:20:39 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Eu morri e eu renasci e abri os meus olhos Foi bem isso que cheguei a sentir O vazio da existência por onde caminhei Eu imaginei o mundo deserto um dia Sem ninguém para destruir mais nada E vi algumas almas perambulando sozinhas Almas aladas em um profundo limbo existencial Nada mais pode me assustar depois disso.
Tá entendendo o que eu digo? Tenho quase certeza que não Porque o lance que você ainda não consegue ver É que o ser humano é um predador natural O pior de todos, na verdade, O que destrói pelo simples prazer de destruir Que acha graça na desgraça alheia Que sorri nas tragédias dos seus semelhantes.
Se observar bem vai ver uma coisa estranha Boa parte de nós somos costas curvadas Alguns com colunas envergadas, mutiladas pelo labor Não sabem aproveitar o tempo livre Porque só desejam alcançar lugares inalcançáveis Pelo fato de não ser possível para quem quer que seja Deixar de ter suas costas encurvadas Sem que quebre alguns ossos importantes.
Há um mundo estranho por onde caminhamos Um assombroso lugar cheio de terrores Por onde perambulam pessoas ainda mais estranhas Que ninguém sabe do que são capazes Porque parecem mais com os parasitas que desconhecemos E que nos assustam com suas feições paranoicas Por mais que desejamos sair ilesos desse caminho É preciso romper a última fronteira do mundo.
Eu, às vezes, paro e conto as horas Ignoro totalmente os minutos e segundos Quero um tempo para tomar um café e respirar um pouco Porque a roda do mundo não para de girar E não vou dar conta de resolver todos os problemas A angústia e o medo me perseguem Mas não posso deixar que coloquem suas garras em mim A vida é bem mais do que viver com medo E estar angustiado não faz parte dos meus planos.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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