Tributo a Camões (Volume 2, Estrofe 36)

Data 12/10/2024 10:04:43 | Tópico: Poemas

Sobraram na lusa coragem de corpos soldados
Os que de nome incógnito caíram nas batalhas
Bravos erguidos dos túmulos por boa memória
Resta nas palavras de iguais poetas cantados
Este Portugal que a alguns heróis dá migalhas
A outros láurea grinalda sem história ou glória

Sucumbiu uma só vida em réstia de esperança
Cativa de vontades que tais conquistas tinham
O sonho lá longe fugia aos olhos lacrimejantes
Usurpado nestes nevoeiros de lusa venturança
Seu capitão clamava vitória aos que aí vinham
Armas empunhadas caídas em terras atlantes

Sua dor que em verbo se conjugara por paixão
Fria e rubra como esta que viu lusitano oriente
Unia no desejo esse sonho de bom sul a norte
Teria tanto tempo vivido tempo a mais em vão
Usado gente e gente por ali nascer impaciente
Roubando ao mundo a alma que dava à sorte

Às mãos viciosas do grão-duque caía no pleito
Sua senhoria Dom Diogo que de vida pereceu
Dando graças de haver nascido de luso berço
O corpo molestado que da cabeça saiu o peito
Ostentado lá na cidadela também ali feneceu
Recordando intrépido e quão valioso universo

Imortal ânimo que deu ao reino grande império
E desse gente como nenhuma outra aí houvera
Notável sentimento tão maior que o mero amor
Tido pelo desejo de ser mais que uma quimera
E assim ser dono e senhor deste luso mistério


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=374844