
Absurdos cotidianos
Data 13/10/2024 13:13:10 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Conta as horas e ignora os minutos Não faça mais do que deves fazer Tudo é cinza e sem vida por aí Onde almas estão emaranhadas no limbo existencial Com pés acorrentados em sete nós Com o sol entorpecido de absurdos cotidianos Onde se fala uma língua estranha sem nexo E brincam-se com as frestas feitas pelo destino E quando tudo parece ser tão nebuloso Conta-se as horas e ignoram os minutos.
Palavras escritas fluem pelas veias São metáforas de um tempo obscuro e assustador Trazem profecias avassaladora sobre a humanidade Sobre o caos instalado no planeta terra Um vírus mortal que percorre todas as almas Injetado nas correntes sanguíneas Provocam desejos absurdos de destruição E ninguém se importa mais com as árvores caindo Nem mesmo com as projeções do fim do mundo Se cada um quer apenas estar em seu próprio mundo.
Este é o desmascaramento da cidade Onde estão as vítimas de um sistema violento e opressor Onde acontece o entorpecimento esfumaçado do ópio De um ódio renovado pelo desejo de dominação E de controle absoluto das massas alienadas Parece-me que uma límpida paranoia flutua no ar Uma loucura absurda percorre cada becos e vielas Como se o mundo fosse mesmo um grande manicômio Onde todas as coisas são ramificações de seus tentáculos Sem ter a oportunidade de se livrarem desse destino.
Alguém disse um dia em voz alta sobre os monstros Sobre os fantasmas vagando pelos becos desérticos Enquanto alguns críticos fizeram deboche de tal absurdo Dizendo que os olhos que veem tal coisa são de cegos Que não existe sinceridade nos pensamentos E que o mundo é um lugar seguro de se existir O problema em tudo isso é que ninguém tem razão de verdade Porque não se pode saber ao certo quem estão mentindo Se todos afirmam uma verdade inconcebível Como saber o que realmente acontece com os fantasmas?
Houve um tempo que ficou perdido no horizonte Em que as pessoas acreditavam nos deuses O grande fato que incomoda a sociedade é o fim deles O saber que afasta as crendices da racionalidade O buraco que dá no fundo do abismo Houve um tempo em que existia palavras testamentárias Elas estavam na boca de um solitário E quando ele as proferia abria-se as portas O que se ouvia era que existem achados e perdidos E que o intenso é vívido se viver acreditando.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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