
Limite
Data 14/10/2024 20:27:25 | Tópico: Poemas
| dorme o recostado e preguiçoso sofá ao início da sabatina tarde. O ar denso e quente de um outono, ainda preso ao estio, tem algo de pegajoso que agarra à superfície onírica da pele. Oiço a chuva chegar por entre os segundos do minuto, os minutos das horas, através de ritmo desconexo que a princípio é quase impercetível, mas que pouco a pouco num “crescendo et accelerando molto” inunda a vidraça e o silêncio onde faço balanços e avaliações, planeio sistematizo cenários para o jovem que já não sou.
na paleta resignada de um parado tom cinzento - cortina disforme que esconde o horizonte -, há sinais do braço do vento pincelando um longo e circular gesto de onde surgem sons moldando silêncio - um murmúrio profundo que oscila, pontuado a espaços por silvos de humor inquieto - que me trazem sempre ao ponto das incertezas aonde me encontro com as minhas fraquezas.
- terei de lá alguma vez saído?
|
|