DOIS MUNDOS (SONETO)

Data 19/10/2024 20:34:42 | Tópico: Poemas

A luz de vela e lampião, e cartas à mão,
Nasci num tempo lento, em ritmo compassado.
Hoje, os dados vêm e vão, em fluxo acelerado,
E o futuro veloz, emerge sempre em turbilhão.

Vi erguerem-se postes, faíscas tão raras,
Na fronteira entre o ontem e o dia por nascer.
Hoje a vida pulsa em telas, sem tempo a perder,
E os gadgets brilham tanto quanto joias caras.

Ao morrer, minha alma à nuvem será suspensa,
Memória a se converter em binário imortal,
Num ciclo eterno, ou vazio, em máxima recompensa.

No céu digital há um administrador querubim?
Conexão banda larga com destino triunfal?
E o inferno: erro quatro zero quatro, sem fim?


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