
ECOS PARALELOS
Data 20/10/2024 01:20:44 | Tópico: Poemas
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vou inventando-te nos espaços atrás das cortinas brancas célula a célula nervo a nervo vermelho a vermelho cabelo a cabelo como fazem os pintores sem carne
nada falha quando te invento e se ventos falassem calar-se-iam quando te invento é que não há voz qualquer que cale o amor puro nem sequer as águas que rasgam montanhas
tão pouco sei por que te invento talvez acredite no impossível talvez este sangue de alma placentário olhar de universos saiba que algures terás nascido para mim
ainda que não te desvendes ainda que te escondas atrás das palavras onde te invento haverá o tempo (ou já o houve...) em que num corpo serei eu e noutro tu
mas algo no fundo me diz que já foste inventada e eu sou invenção
20-10-2024
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