ÂNSIA

Data 29/10/2024 17:16:11 | Tópico: Sonetos



Um quê tão incessante, quanto bruto,
Impassível ao corte do cinzel
Ao desdobre constante vê papel
Num livro a crescer, mas devoluto

E vertem-se as entranhas a granel
P'la busca desalmada; prostituto
Das palavras. vaivém no meu reduto,
Sem orgasmos triunfantes ou de fel...

Será a triste sina da fortuna
Ou será maldição de triste sina
Correr a vida atrás duma lacuna?

Verei, antes da morte, p'la retina,
O oásis a luzir depois da duna,
Ou morrerei da ânsia inquilina?


29-10-2024




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=375119