NA MÃO GRANDE

Data 26/12/2024 20:14:26 | Tópico: Sonetos

NA MÃO GRANDE

Veio como a melhor entre as melhores,
Sempre muito mais perto que convinha.
Contar suas misérias m’entretinha,
Enquanto cobiçava meus valores.

Outra cigana oblíqua sem pudores,
Que a própria ilusão desencaminha.
Pois tomou para si tudo o qu’eu tinha
E após me abandonou aos dissabores.

Disse que o que era meu é que era seu
E ao desaparecer me pareceu
De tão interessada, interesseira.

Hoje, de coração esvaziado,
Vejo que de mim mesmo eu fui furtado
Mais do que quanto tinha na algibeira.

Belo Horizonte - 06 09 2002



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