VAREJEIRAS

Data 01/01/2025 14:38:45 | Tópico: Sonetos

VAREJEIRAS

Como aquele que tem-de espantar moscas
Dos sonhos na vitrina do padeiro,
Eu vasculho meu sono o tempo inteiro
Contra rostos sombrios e auras foscas.

Era depois do jogo de biroscas
Pelas tardes da infância, no terreiro,
Quando em desencanto costumeiro
Eu via varejeiras sobre roscas…

Sim, elas vêm e vão… Sujam a fundo!
Assisto, entre impotente e resignado,
O sonho desejado agora imundo.

Do mesmo modo o sono deleitado
Perde-se na vigília que aprofundo
Às voltas co’os senões de todo o Fado.

Betim - 15 11 2024



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