
Mel
Data 24/01/2025 15:09:58 | Tópico: Poemas
| Depois que meus passos caminharem para o crepúsculo Sonhos cairão mortos na sua inutilidade de longos dias Minha devoção frustrada exporá sua súbita cor sombria Rios suspensos flutuarão no céu cinzento rumo ao oeste Relâmpagos brilharão tal insólitos nenúfares transitórios Quando partiu a alegria com que outrora me banhava Meu coração retransido pela dor, não mais pulsou igual Guardei no peito a incandescência de vulcão reprimido Teu nome que não pronuncio, ainda retumba ao vento Ecoando na minha voz que um dia tentou te encontrar Teus lábios celestiais diluíram-se em espumas imemoriais Destroços da loucura de nos amarmos até o naufrágio Mas o tempo devolverá a agitação do mar à minha porta E uma sensação azul entre meus dedos, beirando sorriso A aurora me despertará no espírito um lume impetuoso Tal chama fugaz que traga seus fachos a iluminar bosques Vou deixar que estrelas brilhem eternas nos meus olhos Cruzar mares e desertos, não mais assaltado por trevas E o verso desvendar enigmas de paixão, no mel inocente Com os quais, singelamente, o amor os seus favos fabrica
|
|