Dos Filhos Feios

Data 07/02/2025 15:44:11 | Tópico: Sonetos



Talvez seja mais o dom sem defeito,
Mas vezes há que não roça a virtude...
Porém de qualquer voz que não exsude
Mais será grito, se presa no peito!

Deixá-la à fuga, desta amplitude,
Talvez enxergue o seu eco imperfeito...
Se fechada em espaço, o seu conceito
Será punhal sem ponta ou atitude.

Assim, nem que ela nasça poema feio
De porte torto, cru, sem remedeio.
Um filho não se afoga! Não se mata!

Há-de vingar por si, ao sol, sem beira,
Há-de cruzar o olhar, de quem o queira
Sentir e afagar de alma grata!


07-01-2025




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