Para Margarete (81ª Poesia de um Canalha)

Data 09/02/2025 11:35:46 | Tópico: Poemas

Sei que estavas por aí longe e perto de outro dia
À distância de nós dois ou de tudo e quase nada
A olhar-me a mim e a ti, a escutar-te nesta voz
Escondias nas mãos o bater ofegante da alegria
Noutra página o olhar puro de miúda engraçada
A pintar-te sorrisos que enfeitiçava os dois a sós

Faltam-me as letras da mão que nos escreveu
Céus decorados a verde campo e azul-marinho
Da cor de alguma terra que ali nos viu crescer
Faltamos nós também, cada um em canto seu
Sempre a rimar este Alentejo com o teu Minho
E a rir do que é importante, essa fome de viver

É a isto que chamo saudade, muito além do mar
Daquela que curiosa segue pelo horizonte dentro
E se faz num momento só, coisa pura e aventura
Só poema com e sem rima que se recusa acabar
Palavra interminável que define um desencontro
Um beijo muito depois de um abraço de ternura



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