Não me repitas

Data 23/02/2025 00:30:10 | Tópico: Poemas

Veio do nada destilar ódio
a cana-de-açúcar e a uva,
pitadas de pimenta e sódio,
a conta-gotas e nitrila luva
e pôs, esse mesmo nada, num pódio,
veneno que mata, se se faz chuva.

Chegou e disse, de voz em riste:
Dizei todas as coisas inauditas,
e todo o ser inocente que existe
bradou suas verdades benditas.
A liberdade a mais, já a viste,
a menos, todas se tornam malditas.

Foi depois, tal e qual como veio:
Fechado, sem o respirar e mudo,
a feder a tudo, o sem asseio,
sem esse nada que também é tudo.
Que sem voz, é fraco e mui alheio.
Um muito pouco caso de estudo.



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