
Há sempre mãos estendidas
Data 01/03/2025 12:51:20 | Tópico: Poemas -> Intervenção
| Há sempre mãos estendidas, vazias, Na esquina fria de um mundo sem cor, Olhos que pedem, lábios que imploram, Um pouco de afeto, um gesto de amor. Há sempre fome que o tempo não cala, Barrigas vazias, promessas ao chão, Enquanto a mesa de alguns transborda, Outros estendem as mãos por um pedaço de pão. Há sempre sombras nas ruas desertas, Vidas perdidas na escuridão, E mesmo entre rostos que passam apressados, Alguém suplica, sem voz, sem razão. Mas há também mãos que oferecem, Que semeiam afeto em meio à dor, Pão repartido, calor que renasce, Pequenos gestos que provam o amor. Que nunca nos falte essa chama acesa, Que nunca sejamos aqueles que vão Sem ver que há sempre, no meio da estrada, Mãos estendidas à procura de pão. Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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