
Para Rogério Cão (90ª Poesia de um Canalha)
Data 04/03/2025 15:48:45 | Tópico: Poemas
| Vamos náufragos neste mundo à deriva Envoltos na língua viperina do carrasco Que nos decepa da alma a sua vontade A carne que serpenteia ali e vai esquiva Passa-se entre palavras doces e o asco Na fome ou preconceito de mortandade
Este vento lento sopra-se leve nas asas De mãos abertas feito de pecado moral Olha-me nos dias contados de espinhos Esses fogos nus de chãos já em brasas Onde ecoa um velho suspiro de ar fatal São vilões olhares sem dó, mesquinhos
Agora por cá ainda sinto cheiro à terra Escondo lágrimas na chuva persistente E ainda há espaço para acamar mortos O tempo esquecido de si é nova guerra Aquela que em vida mata toda a gente O barco sem um rumo ou novos portos
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