
Amanhã ainda esqueço
Data 06/03/2025 18:55:28 | Tópico: Poemas -> Desilusão
| O amor cisma no rosto Que amanhã ainda esqueço, Como sombra de um rio Que o sol não quer mais ver. Um traço bem leve, Um sorriso que o tempo esqueceu, Mas que no instante eterno Parece florescer. É no toque fugaz Que o desejo se disfarça, Na curva suave do olhar Que o amanhã se desfaz. A memória é vaga, Mas o coração insiste, Naquilo que não é, Mas que ainda, no peito, se faz. O rosto que se perde Na brisa da despedida, É um eco distante Que grita em silêncio profundo. Um amor que cisma, Que insiste e se contorce, Mas que se dissolve no tempo, Sem endereço no mundo. E ainda que o amanhã Apague essa imagem, Fica o vestígio no peito, Um resquício de ilusão. O amor, sempre cismático, Não tem mais miragem, E o rosto, por fim, Desaparece na solidão. Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
|
|