
Eleitor brasileiro
Data 15/03/2025 13:35:30 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Colhe-se fácil o voto do ignorante, Semeando o medo em solo infértil, As mentiras são destiladas Onde a verdade é planta disforme E as inverdades florescem Como plantas daninhas nas mentes De pessoas que não pensam em seus atos. A verdade, em mãos erradas, Torna-se argila Moldada ao gosto de quem a toca, Deformada ao ponto de parecer outra coisa. Mas mesmo a mentira bem esculpida Carrega rachaduras: A essência do que foi omitido Sempre encontra um jeito de vazar. Nos grandes templos religiosos E nas pequenas comunidades, A influência eclesiástica Manipulam seus fiéis Que seguem de olhos fechados Como ovelhas ao matadouro E depositam seus votos No candidato apresentado pela liderança. Promessas grandiosas Erguem-se como pirâmides no horizonte, Mas muitas não passam De sombras sobre a areia. O tempo, implacável, Dissolve os discursos eleitoreiros E deixa apenas ruínas do que nunca foi. Prometem acordos e privilégios, Mas esquecem-se que Acordos são fios invisíveis Tecendo destinos, Mas nem todos seguram a linha do mesmo lado. Privilégios, muitas vezes, São nós apertados por uns E laços frouxos para outros. Até quando seguiremos essa realidade? Até quando votaremos dessa forma? O pior analfabeto - já dizia o sábio pensador - É o analfabeto político Que não distingue as suas escolhas E não sabe que uma escolha mal feita Acarretará enormes prejuízos. O analfabeto político Não lê os ventos da história, Nem escreve seu próprio futuro. Vive à margem da realidade, Enquanto outros decidem por ele E, no silêncio de sua omissão, Assina contratos que nunca leu. Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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