
Tributo a Camões (Volume 2, Estrofe 61)
Data 18/04/2025 17:24:52 | Tópico: Poemas
| Precedem os antigos, mais honrados
Pequeno era o proscénio e valeroso o acervo Rumando venturoso p’los nigérrimos mapas E pregoando a mais que tal chão fizera seu Consumindo o homem que o relho fez servo E liberando de cego trilho penhas e solapas Dividia sã aliança glória qu’os enlouqueceu
E correra os rios serpenteados pelos montes Montes desvirgados à chuva e áspero vento Ousado nascido das loucuras d’Euro e Noto Saciando a sede na água das tantas fontes A fome que rouba ao chão tão puro alimento Nudez ao novo mundo que à vida foi devoto
Trazia Zambeze, Cuanza, Cuango e Cunene Ideia de querer e ver chão em caminho luso Gravando nesta pátria e no seu peito calmo O mapa de África com a seiva de Hipocrene Sonhava o Capelo e o dito vulgacho profuso Mundo novo do Mar de Atlas ao Índio almo
As asas que batiam naquele céu azul-água Irreverentes como as palavras desse sonho Sequiosas de viçoso horizonte dia após dia Haviam d’ir tão longe quão materna bágoa Onde semeada daria vida ao chão bisonho Noite e dia ao desejo qu’em seu olhar luzia
Regalengo o chão e o homem que o levanta A mão que desbravou o almejado amanhã Doído o infinito e o tempo que aqui acabou O humano corpo gasto pela esperança vilã Saboroso o horizonte que a pátria encanta
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