O SILÊNCIO DO SONHO

Data 03/05/2025 23:45:02 | Tópico: Poemas

A noite devora, igual o mar ao náufrago,
volve o sono em véu de esquecimento;
ceifa do mundo o último pensamento,
há dor no corpo — e a cama, nau, trago.

A alma, em paz, se rende ao ciclo nato
que rege o céu, as árvores, os rios;
descansa o espírito, entre calmos brios,
do tempo eterno, dorme e abraça o fato.

Sonhar é dar à vida uma outra face,
é ver no abismo um campo em flor aberta,
é ser semente ao vento, que plena nasce.

E quando o sol, no céu, desperta em brasa,
Corre ao trabalho: a existência é certa.
Há luz no olhar, há voz no ar, há casa.




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=377915