RETICÊNCIAS

Data 18/05/2008 01:13:36 | Tópico: Sonetos

Palavras tuas que me entram na retina
São como água debelando ardentes chamas;
Apagas meu passado, mas também inflamas
De esperança um futuro que descortina.

Escuto tuas letras como se falasses
À mínima distância, junto aos meus ouvidos,
Pois cada frase tua me aguça os sentidos
E junto ao corpo meu é como se ficasses.

Há nas entrelinhas tanto da tua vida,
Há tanta entrega nos pontos das reticências;
Fala-me muito mais no instante em que te calas.

O teu silêncio abriga a ânsia adormecida
E das estradas que ele faz referências,
Também eu, há tanto tempo, busco encontrá-las.


Frederico Salvo.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=37803