
O silêncio de quem não ama
Data 15/05/2025 19:11:38 | Tópico: Poemas -> Desilusão
| Te espero nas dobras do tempo, Onde o vento sussurra teu nome Sem nunca ter sido chamado. Sou o eco que insiste, No vazio que não te comove. Minha voz é um rio manso Que busca tua margem, Mas tu és pedra seca, Distante, imóvel, Surda ao desejo que passa. Teu riso, que nunca foi meu, Brilha no escuro como promessa De um sol que jamais amanhece No céu do meu peito. Te amei como se ama o impossível, Com a fé dos que rezam ao abismo E recebem de volta Apenas o próprio grito. E mesmo assim, Te guardo no espaço entre os versos, Onde a ausência queima mais Do que qualquer presença. Pois amar quem não ama É viver sem morrer, É sangrar sem ferida, É ser jardim no deserto, Belo, inútil e sozinho. Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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