Flores e Cogumelos

Data 19/05/2025 14:28:50 | Tópico: Poemas



há um recanto chorudo
barulhento
espaço de não ler
tal é a (des)ordem das coisas

o olho vivo foge-lhe
semeia palavras sem tempo
sem orlas
das que se demoram à lucidez

o morto bajula
esperneia na ponta dos versos
pensa que o eco vai além da montanha
mas é de palavras sem saída
a ricochetear no espaço oco
volta atrás
esfuma-se

transpor o monstro é do silêncio
cair de semente num lado de lá
a germinar noutros olhos
botôes renascidos à luz

a estridência dos mortos
não sabe de sentir
só de chinfrim balofo
e se lhes nascem cogumelos
é da sombra


19-05-2025




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