Desabrochai, ó linda rosa branca

Data 20/05/2025 10:15:14 | Tópico: Sonetos

Desabrochai, ó linda rosa branca,
Tu que viveste e caminhas para a morte,
E leva em teu perfume esta voz franca,
Leva-me… Que vejo perder-se a sorte.

Satânico fragor que me desanca,
Como o choro puro do vento norte;
Vento! Gela esta boca que a alma espanca!
Sopra a barca da minha vida, forte!

Sei de rumores de Antero e de Nobre,
Que com Camões e Bocage, bem alto
Da cova gritam Que soneto pobre!

Sulcando lá vai a pena o asfalto,
Dizendo que não sou ouro, mas cobre:
Acordai do sonho! Sem sobressalto…

16 de Setembro de 1995



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