O esconderijo da infância

Data 25/05/2025 16:41:52 | Tópico: Poemas -> Introspecção

Toda a existência, pesada como chumbo,
Perde o fôlego e o nome
Quando tropeçamos no esconderijo da infância
Onde o tempo ainda brinca descalço
E os medos dormem de barriga cheia.

O mundo inteiro pesa até doer os ombros,
Mas se desfaz em poeira dourada
Quando abrimos a porta esquecida
Do quintal onde enterramos nossos segredos.

A angústia da vida adulta se cala
No instante em que o vento nos leva
De volta àquela árvore torta,
Onde juramos ser eternos.

Quando reencontramos
O esconderijo da infância,
Tudo o que parecia urgente
Se dobra, em silêncio,
Como roupas guardadas por uma avó ausente.

A existência sufoca como neblina espessa,
Mas se dissipa
No instante em que ouvimos, de novo,
A risada que fomos um dia.

Poema: Odair José, Poeta Cacerense
www.odairpoetacacerense.blogspot.com

Instagram
@poetacacerense



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=378247