Ao silêncio abrupto, indecifrável

Data 06/06/2025 13:37:39 | Tópico: Sonetos

Ao silêncio abrupto, indecifrável,
Aos abraços dos nadas que me tomam,
Aos murmúrios do vento indomável,
Aos retratos dos mortos que me evocam…

Ao prazer desconhecido e inefável,
Aos olhares do mundo que me focam,
Ao contar de uma história inenarrável,
Aos deuses que estas dores me provocam…

São espaços, tempos, coisas, são gentes,
Partes do universo que não é meu,
E que alguém um dia me ofereceu…

Certo é que ao som de violas tangentes,
Entre dias frios e noites quentes,
Vive este fígado de Prometeu.

15 de Janeiro de 2003



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