Numa voz rouca, quase adormecida

Data 09/06/2025 16:20:10 | Tópico: Sonetos

Numa voz rouca, quase adormecida,
Cem anos de solidão despertaram,
Mil dores fizeram a alma enraivecida,
Bocas que riram, peitos que choraram.

Num fôlego de força que abraçaram,
Poetas cantaram cruzadas da vida,
Em tal voz de gente desconhecida,
Que ao fim do mundo o seu eco levaram.

E renasci dumas cinzas quaisquer,
Como se fossem ventre de mulher,
Que pó será na mais crua verdade…

Este sentir de enganos quem quiser,
Quererá ser sonho e realidade,
Porque falsa e triste é a eternidade.

11 de Fevereiro de 2004



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=378528