Entre as Horas do Invisível Com dedicação à minha vó Ila

Data 15/07/2025 02:33:02 | Tópico: Poemas


Quem vê o fio não enxerga a teia,
Quem toca o vento não o detém.
O que é semente, dorme na areia,
E o que floresce, morre também.

O tempo caminha sem rosto ou nome,
Veste silêncios e come a pressa.
Molda o ferro, apaga a fome,
E leva embora o que a alma esqueça.

Há portas trancadas com chaves de névoa,
Relógios que marcam o que não se vê.
Há um eco antigo que o mundo leva,
Sussurrando o que nunca se vai saber.

Nem tudo é ponte, nem tudo é chão.
O que se espera, vem ou não vem.
Mas há em mim, como oração,
O tempo eterno que a vó Ila tem.



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