
Errante de palavras.
Data 16/07/2025 18:46:19 | Tópico: Poemas
|
Rabisco o mundo com dedos de sombra sem mapa, sem chão, sem volta. Levo no bolso cadernos gastos e palavras que ainda não sabem ser poema.
Nas calçadas, risco ideias como quem acende fósforos na chuva breves clarões que não aquecem mas iluminam o instante que se esvai
Sou feito de margens e reticências um andarilho de vírgulas tortas coleciono silêncios em entrelinhas e rascunhos que ninguém pediu
Não busco aplauso nem casa, nem cais Escrevo porque não sei calar e ando porque ficar me apaga
Onde passo, deixo pedaços, versos soltos em muros rachados estrofes esquecidas em guardanapos e nomes que rimo, mas não lembro.
Um dia, talvez, alguém leia e pense: aqui passou alguém que sentia!
|
|