
O som do Vento
Data 17/07/2025 16:20:53 | Tópico: Poemas
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Queria parar de te ouvir nos pássaros, mas parece que eles sempre me trazem tuas mensagens. Queria deixar de te ver nas pessoas que lembram você — essas que, de tempos em tempos, surgem com alguma frase tua, com algum olhar teu, com algum sentido que não faz sentido algum. Mas que está lá, escondido sob véus de misticismo e vibrações que ainda me ligam a ti.
Nosso fio ainda existe. E, mesmo que eu caminhe por outras ruas, ele não se rompe, não apodrece, não se desfaz. E eu ainda te grito por todas as explicações que você não me deu. Mas, se não deu, por que me deixou com perguntas? Com palavras que pareciam querer dizer algo?
Outro dia, encontrei uma pulga na minha cama. Não era só um inseto. Era um presságio. Lembrei do teu nome. Como se aquela presença dissesse que aquele lugar não pertencia a ninguém. Como se viesse do meu filho de Hécate e das suas cadelas.
Eu não tenho cachorros. Nem gatos. Mas havia ali uma pulga sugando meu sangue — justo enquanto eu esperava que fosse Drácula quem o fizesse.
Às vezes, penso que você tentou destruir minha autoestima apenas para me proteger. Do que eu vivia. Do que eu ainda viveria. Mas não adiantou. Você já me conhece. Há muito tempo! E sabe: eu sou teimosa.
Mesmo com minhas inseguranças, você sabe — eu sou sua. Sua V de Valente.
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