
ir para casa
Data 20/07/2025 12:02:10 | Tópico: Textos -> Desilusão
| IR PARA CASA Ir para casa, sem água e nem luz tudo cortado há mais de ano, sem moveis completamente vazia - os cômodos as moscas, apenas o meu com a minha cama e meus livros e uma mesinha. Uma caixa de papelão com meus andrajos que lavo uma vez ao mês - bebo café e almoço todos os dias nos restaurantes populares de um real, aos domingos improviso um braseiro no quintal para assar alguma coisa - sobrevivo com o salário do auxilio social que lutei como um cão danado para conseguir. O sifon esta entupido e nem fede mais, faço minhas necessidades na velha casinha com fossa asséptica, herança original da UFMA, O antigos donos morreram e os outros foram embora ou melhor largaram-se no mundo, Eu fiquei e me adaptei como qualquer ser humano faria - agua consigo na torneira da praça e de madrugada roubo de um cisterna próxima atrás do trailer do Rei do Hamburguer na esquina com a avenida e encho os baldes. Para escuridão a boa e velha vela que acendo quando chego, tenho receio de esquece-la e morrer incendiado. Passo o dia andando e catando latas e garrafas para tirar o dinheiro do grode - Ah! O bom e saudável grode é salutar para um velho sem ninguém como eu - sou averso a amizades desnecessárias e sem futuro - Bebo só e sem muita conversa. Para não pirar quando sóbrio, leio e leio muito, apesar que deixei de comprar livros já tenho o bastante no meu quarto que ocupam um bom espaço - toda semana apanho uns na biblioteca e sento-me no fundo do quintal e viajo.. Meus vizinhos me detestam e eu não estou nem ai, não os perturbo - Gosto de beber nos bares do mercado e observar as pessoas. Raramente sou cumprimentado. O dono do bar também não vai muito com a minha insignificância presença, mas tem que me engolir, estou pagando. Todas as noites me sento no canto cruzo as pernas e entorno as latinhas - mas em casa sempre tem uma garrafa de vodka e um radinho de pilha - meus companheiros de infortúnios - levanto as cinco banho-me e caiou no campo - apanho um ônibus e vou beber o café de cincoenta centavos no bandejão quando tenho o trocado, quando não vou ao centro-pop no Diamante e aproveito para pegar a pulseira que me dar direito ao rango gratuito em qualquer restaurante popular sempre num diferente. E as uma e meia retorno para almoçar e depois volto para minha batcaverna, Confesso que sou esquisito por natureza, São dez horas da noite, apanho uma lata, um doido tenta me aberturar a lata no meio da pista, dou-lhe um drible e venho sentar-me na parada ao lado de uma mangueira que não centenária. mas o tem-tem está matando-a ´por sufocação - Acho de tanto ler Bukowski que me tornei um pinguço, igual a Dom Quixote de tanto ler livros de cavalarias tronou-se o cavaleiro da triste figura;. Vou comprara umas batatinhas fritas com bastante sal para come lãs tirando gosto da vodka. Ir pra casa, repousar meu velho e ébrio corpo - amanhã será outro dia......
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