
Nos bancos escolares
Data 15/09/2025 17:52:04 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Nos bancos escolares, A ignorância se aninha como sombra, Silenciosa, paciente, sorridente do vazio. Ali, jovens inquietos rabiscam perguntas invisíveis, As que não cabem no quadro-negro (ou branco), As que não encontram eco Na voz cansada do professor (ou professora). Em seus lares, os muros respondem com silêncio, Ou com ordens secas que esmagam a alma. A incompreensão é uma herança amarga, Passada de geração em geração Como um livro sem páginas, Um espelho embaçado onde ninguém se reconhece. E no meio desse labirinto, As angústias pedem socorro, Não ao conforto do costume, Mas à chama do conhecimento. Pois só ele tem o poder de abrir portas, De erguer janelas no peito fechado, De ensinar que a ignorância não é destino, Mas uma prisão que pode ser quebrada. O saber não promete felicidade imediata, Mas oferece sentido, Um fio de luz entre o desespero e a esperança, Um abrigo contra a escuridão herdada. É nos livros, Nas palavras, Nos gestos de aprender, Que os jovens encontrarão não respostas definitivas, Mas o direito de continuar perguntando Sem serem esmagados pelo peso da incompreensão. Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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