
O último ato de liberdade
Data 05/10/2025 18:36:47 | Tópico: Poemas -> Intervenção
| Em tempos em que as telas nos devoram, Em que as vozes de vidro E de sombra moldam desejos, E a opinião nasce pronta, Embalada em slogans, Abrir um livro é incendiar o silêncio. Ler é subversão calma: Um gesto lento contra a pressa, Um mergulho profundo contra o fluxo raso, Um olhar próprio Contra o espetáculo programado. As páginas não manipulam: Elas convocam. Não ditam o que sentir: Abrem espaço para que o sentir floresça. Enquanto o mundo Se afoga em ruídos de massa, Ler é respirar com pulmões próprios, É acender a chama íntima da dúvida, É reconstruir a coragem de pensar. Ler, nesse tempo de correntes invisíveis, É o último ato de liberdade Que não cabe na estatística, Que não se mede em curtidas, Mas explode em consciência. Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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