
Na pele da noite
Data 13/10/2025 18:54:06 | Tópico: Poemas
| Entre as nuvens de gris, surge um singelo rasgo de azul Qual a êxtase de uma flor sobre desertos de concreto De ventos remotos que vêm a trazer ares de despedida Nada depende de pretextos, de perguntas e respostas O sol, alegria dos gestos, se derrama a causar novo dia Os sentimentos confundem, ébrios de azul e cimento Mas, há a quem o céu nunca abriu ou a porta na terra Lamento por quem só vê pântanos e a palidez do nada Flores murchas, aves confusas e inertes nuvens cinzas Essa voz soará errante, até que o tempo se faça espaço Na fiel lembrança de tempos outros e em outras cores Olho ao longe o éter do olvido a girar em redemoinhos Breve a tarde se fundirá na luz de loucos pensamentos E pensar que ainda pode haver paz no afã destes dias Que um dia aprendamos a viver livres e independentes Que haja um lugar com amores sutis na seda da derme Onde todas feridas convalesçam, sem deixar cicatrizes O paradoxo de toda relatividade que cerca nossa vida É que só escolhemos o que nos parece mais importante Tal a estrela que não existe, mas luze na pele da noite
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