
Entre o dever e o destino
Data 14/10/2025 00:34:59 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Fazemos o que fomos treinados para fazer, Como engrenagens que aprenderam o ritmo da máquina. Mas às vezes, o coração tropeça, E nesse tropeço Há mais verdade do que em mil ensaios. Há o que nos ensinaram, Há o que o mundo exigiu de nós, E há o que, no fundo do sangue, pulsa como chamado. Entre o dever e o destino, Somos o eco de um verbo Que tenta lembrar seu som original. Treinados, criados, moldados, E ainda assim, algo em nós insiste em nascer de novo. Há um gesto que não se aprende, Um sopro que vem de antes da memória. É isso que chamamos de vocação, ou alma. Fazemos o que fomos criados para fazer, Mas quem nos criou? O mundo? Os medos? A esperança? Talvez o próprio mistério Que desejava se ver através de nossas mãos. Nascemos com propósitos invisíveis, Disfarçados de hábitos e rotinas. Treinamos o corpo, domesticamos o pensamento, Mas é o espírito — indomado, Que, em silêncio, conduz a obra. Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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