
O profeta da poesia
Data 17/10/2025 15:44:08 | Tópico: Poemas -> Introspecção
| Profetizo poesias Como quem colhe o orvalho do tempo, Palavras que nascem do silêncio E anunciam o destino dos corações. Sou testemunha do riso e da ruína, Das almas que florescem E das que se perdem no espelho de si mesmas. Escrever é profetizar O que já arde em segredo no humano. Cada verso é um presságio, cada dor, um oráculo. Sou aquele que observa, Em meio às ruínas e às auroras, A natureza humana Tentando se reinventar em meio ao pó. Não anuncio o futuro Apenas escuto o murmúrio da alma. Minha profecia é a poesia: Ela nasce das cicatrizes, Cresce entre os gestos e morre nas promessas. Sou o cronista do que não se aprende, A testemunha dos abismos que chamamos humanidade. Há em mim um dom involuntário: Ver poesia onde o mundo vê apenas cansaço. Sou profeta de uma fé sem templo, Que acredita no humano Mesmo quando ele esquece de ser. Profetizar poesias é ver o invisível, É traduzir o choro das pedras E o suspiro das sombras. Sou testemunha da beleza e da queda, Da natureza humana que se desfaz e se refaz, Como o fogo que insiste em nascer da cinza. Carrego nas palavras o peso dos séculos. Minhas profecias não anunciam glórias, Mas lembranças. Vejo a natureza humana despir-se diante do tempo, Bela, trágica, incurável. E ainda assim escrevo, Como quem acende uma vela nas ruínas do sagrado. Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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