
Poesia em tempos de ruídos
Data 28/10/2025 10:41:29 | Tópico: Poemas -> Intervenção
| Que as palavras deixem de ser lanças E voltem a ser pontes. Que cada voz, ao erguer-se, Traga consigo um verso, Não uma guerra. Entre o grito e o silêncio, Escolhamos a canção. Entre a bandeira e o poema, Escolhamos o vento Que sopra sobre todas as cores. Há quem queira mudar o mundo A golpes de opinião. Nós o mudaremos A golpes de beleza, Um poema por vez. Enquanto discutem fronteiras, As flores continuam nascendo Em qualquer lado do muro. A terra não tem partido, Só primavera. Menos discursos inflamados, Mais corações incendiados Por algo que não destrói. Menos razão em armas, Mais emoção desarmada. A política divide, A poesia comove. Entre os dois extremos Há o espaço sagrado Onde o humano se reencontra. E quando a fúria for o idioma comum, Falemos baixo, Em versos, Para que o mundo volte a ouvir O som da alma respirando. Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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