
Quem ainda se indigna
Data 10/11/2025 17:54:58 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Ainda que imposta, Há que rejeitar-se, sempre, A normalização do absurdo. Porque o hábito é um veneno doce, E o silêncio, uma forma de consentir. Chamam de ordem o que é submissão, De paz o que é medo, De progresso o que é ruína disfarçada. Mas há um grito que não se dobra, Um lampejo que resiste na sombra. É nele que o humano se afirma, Não no aceitar, mas no negar o inaceitável, Não no conformar-se, mas no desobedecer À mentira repetida até parecer verdade. O absurdo quer ser rotina, Quer sentar-se à mesa E brindar à indiferença. Mas quem ainda sente, Quem ainda sonha, Quem ainda se indigna, É a rachadura por onde entra a luz. E por essa fresta, A liberdade respira. Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
Instagram @poetacacerense
|
|