
Prisioneiros socioculturais
Data 21/11/2025 11:08:52 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Somos moldes de barro seco, Que nunca tocaram a água do próprio desejo. Vestimos máscaras herdadas, Chamamos de “eu” o que é apenas espelho. Na cela invisível da rotina, O grito não ecoa — vira bocejo. Chamam de “vida adulta” O enterro lento do que era selvagem. A liberdade sorri do outro lado da vitrine, Enquanto nos vendem padrões em liquidação. E o medo do estranho Vira corrente de ouro. Crescemos em jardins murados, Ensinaram-nos a chamar os muros de proteção. Mas quem nunca viu o mar Não sabe o que é o infinito. É preciso desaprender as certezas, Para descobrir as janelas na parede. A alma não nasceu para caber, Nas gavetas da tradição. Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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