
Um Poema para Sylvia
Data 24/12/2025 09:03:27 | Tópico: Poemas
| Em tempos houve um rio que me sonhou uma vida que vivi, uma verdade que me criou. E vi pedras, vi barro, olhares e descrenças ... E correram águas e houve medo e houve espuma e houve espanto. Mas fui ... Sem nunca duvidar, sem nunca desistir. E ergui desvãos sombrios, olhares secretos, noites diferentes, dias repetidos. E fui rio, fui margem, fui amor, fui ódio, espasmos e perdões. Fui tanto, tanto que o recordar me deixa inebriada ... E tanto que perdoei ... perdi-lhe o conto! De mim nasceram filhos ... sim ... todos os que amei ... todos os que amo! Tudo em mim ainda tão intenso. E acordaram ecos, iludiram mágoas e dancei, dancei com Deus ao som da vida. Recordo com saudade todos os que amei e que já partiram, meu pai, minha mãe, meus avós, minha irmã, minhas tias ... e tantos ... tantos outros que por mim passaram ... Trago todos no coração sem sombras nem nostalgia. Só a saudade em lânguidas tardes mornas. Por mim passaram todos ao som de águas doces e turvas entre ternos temporais. E os anos desfilaram, ora lentos, ora breves, absortos, tantas vezes, entre ruínas. Mas nunca desisti! Nunca! E recordo a calma e o silêncio que se foi fazendo dentro do meu pobre coração. A beleza tombada das estátuas rodeadas de gardénias. Mas meu rio continuou ... sempre ...sempre ... em busca de outros horizontes ... nova aurora ... novo amanhecer ... Em busca de outros mares ... novas margens ... novo leito ... sempre com Maria pela mão. Porque afinal nasci branca como a neve, e Branca foi meu nome, Sylvia Branca, para não ser Branca, simplesmente! E assim nasce este doce poema para Sylvia!
Peoema escrito no 90° aniversário de nascimento de Sylvia Branca Alves.
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