Sabor de nada ou tudo

Data 23/05/2008 10:37:34 | Tópico: Poemas -> Introspecção

A todo o ser que existe, que nasceu sem saber porquê,
Que não descobre verdade para além de viver,
Que vive nas mentiras existentes sem querer
Que quer viver sem nunca tem de mentir,
Que sabe como pedir lutando
Que luta querendo amar, se ama sofre, se não ama
Não luta.
A todo o ser existente, que sabe que nasceu e vive
Que não precisa de contar a ninguém qualquer razão.
Que transborda de sabedoria sem ter de a procurar
Que tem entendimento nas palavras que fala
Que sabe que nunca terá dor em seu coração
Que vive cheio de emoção,
E vive cada dia como se fosse o primeiro dia
E nunca o último, nem um meio, nem nada
Apenas existe, assim como eu não sei
O porquê que escrevo, o porque de ter uma vida
Ora as vezes alegres, outra descontente
Que mais parece uma vida parada
Cheia de alegria, outras ausentes
Cheia de rancor, outras de amor
Que vida esta, as vezes parece zangada.
Porquê?
Não sei se há algum ser igual a mim,
Diferente, parecido
Com todos e com ninguém, tal como
O tempo que sinto neste momento,
Ora chove ora não chove
Ora este dia parece triste, as vezes sorridente
Ouve-se nada, sente-se tudo
Se há passáros não os vejo, se não os ouço
Onde estão? Escondidos do tempo
Como eu, fogem da chuva ou do momento?
Qual deles o mais forte, qual eu temo mais?
Da chuva não guardo dor e do momento
Apenas um amargo sabor…




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