O poema que não sou

Data 24/05/2008 11:42:01 | Tópico: Poemas

Dedico este poema ao poema que não sou, pela vontade que tenho em sê-lo.

Acordei com a voz calada
no peito agoniada
atada ao cais do que sou.
Zanguei-me com a tempestade
não sabia da saudade.
Pergunto-me:onde estou?
Fiz amor com a melancolia,
acarinhei a nostalgia
e sem saber para onde vou,
prendo-me aos pés da tristeza,
vivo com esta destreza,
rego tudo o que secou.
Não me peçam que mais escreva,
não há em mim quem se atreva
a esquecer o que passou.
Escrevo com a voz fechada,
voz simples, voz emaranhada
no poema que não sou.





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