
a vida não está a salvo
Data 25/05/2008 10:40:18 | Tópico: Poemas
| entra pelo vidro a luz, raios me partam ao meio porque escondo na noite ainda as palavras tristes que compõem a minha poesia. breve melancolia, tolhe, encolhe e esbarra o cais da verdade escrita na pressa. a vida não sabe na boca nem nos olhos mal risonhos que escrevi com as minhas pegadas. no final das contas não sobra dinheiro para nadas, tenho tudos entalados no pranto e o meu encanto não chega para os desempacotar. balanço a esperança no quoficiente da inteligência, a hipotenusa ao avesso. estremeço e clamo, o choro é estranho e os dias contam-se pelos dedos da mão esquerda. migalho-me o amor entupido numa lata de atum por abrir, restos de comida para o dia seguinte, iogurte com validade estagnada, cheiro a comida estragada. a vida não está a salvo.
|
|