Para Camões MMMMDLXXVIII

Data 26/05/2008 21:29:46 | Tópico: Acrósticos

Decepada a fraca vontade
Escrita em volumes sem idade.

Fugaz a sorte dos que calam
Aventurada no nevoeiro da vida,
Zelosa Deusa dos incautos
Em rumo de cruzada prometida
Relembrada aos que ainda vassalam.

Desgraça dessa mãe moribunda
Em grave mágoa de chaga profunda.

Loba que nutre ambição
Imperial desejo humano
Surgido em mente profanadora,
Barcaça de anseios, tentadora.
Olhos pueris de velho gitano
A mais bela recordação.

Néscios instrumentos de desgosto
Ornados pelo canto da Sereia,
Vilipêndios ao Rei deposto
Anichados em longa teia.

Ruínas do tenaz esquecimento,
Ondas de um mar inquieto,
Mil chuvas e um vento
Agruras de desigual afecto.
7ª Estrofe do Canto VI d'"Os Lusíadas"



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