EFÊMERA

Data 29/05/2008 14:29:21 | Tópico: Sonetos

Visão que enlouquece, diáfana porta!
Que se transmuta em feições de amar.
No infinito deságua tamanhas revoltas;
Nas pálpebras derramas teu ferido andar!

Nas cortinas que se cerram à penumbra,
Da face selvagem em peritos de fogo
O céu emoldura a poeta efêmera que vislumbra;
Os dedos exaustos a procurar o gozo!

Se meu leito é efêmero - sou ave carente!
Que busca nos ninhos a alcova da paz!
E gentil será o meu apaixonado abraço...

Que quebrará os ossos de quem ama no laço,
Das correntes cartesianas dos ais!
Que seja efêmero, mais freqüente!


(Ledalge,2008)


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