Para Camões MMMMDLXXXIII

Data 30/05/2008 09:47:06 | Tópico: Acrósticos

Enaltecido o cio materno,
Nobre valor de mulher
Têmpera que o desejo exausta,
Razão que a vida requer,
Amor vilão, eterno.

Nubentes virgens cantadas
Ouvem-se em choros, fecundadas.

Hiatos que o tempo esquece,
Últimos suspiros da vida
Marafaia que os embala,
Ignorância que os cala
De divina comédia acometida,
O ódio que permanece.

Exulta-se a voz do desespero.

Veneno que desfaz a vontade
Assombra este vulto cadáver,
Idolatra insana vaidade.

Seco deserto de iras vivas,
Engenhoso arengar das divas.

Àvido cucar do vento.

Crispam-se sombras alvas,
Os segredos da terna voz
Recortam-se em longos ecos
Trilhados por semblante atroz,
Epos de torpes papalvas.


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