MÃOS DECEPADAS

Data 30/05/2008 22:36:30 | Tópico: Sonetos

À FLORBELA ESPANCA


Tenho dores latentes nesta alma!
Que me corroeram, me apedrejaram nesta vida...
Que me amordaçaram e me repeliram a calma;
Que me deceparam as puras mãos comedidas.

Que por anéis d'ouro, embelezaram momentos,
Que tocaram a lira da mãe poesia...
Que me adoçaram a boca com um doce veneno,
Que me mataram às manhãs de serenas melodias.

Mãos calejadas, já estão inertes!
Sem sentido, vagam à esmo breu.
Quão dura sina, meu canto reflete...

A mais triste chaga deste peito meu,
Quero serenar esta dor envolvente,
Quero o carinho desse peito teu!


(Ledalge,2006)




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