EXPURGO

Data 01/06/2008 14:12:23 | Tópico: Sonetos

Que rio é esse que desemboca caudaloso
E turva a água do meu mar límpido e calmo?
Arrasta tudo em seu fluxo, palmo a palmo
E vem com força num expurgo vigoroso.

Já vêm descendo à montante desse rio
Meus desvarios na espuma da enchente,
Leva consigo tanta coisa, tanta gente
E agora rompe, divergente do estio.

E eu fico limpo depois qu’esse rio passa
Mesmo enxergando seu trajeto destruído
Uma nesga d’esperança me perpassa,

Pois na verdade muito mais me sinto vivo
E há em mim tanta leveza, tanta graça;
O rio passa e eu me safo do teu crivo.


Frederico Salvo.




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=39404