Coisas de um clister habitual

Data 03/06/2008 22:13:21 | Tópico: Poemas

O ardil,
o cónico funil,
a feitura feiosa,
a feiura ardilosa
do sacana do hábil
foi obra extremosa
sem arte nem móbil...

mas que diarreia generosa,
aquela que lhe saiu.

Sem olhos na nuca,
era difícil focar
o que atrás se entronca
num corpo que não sai nunca
com pés de andar
ou asas para voar.

E pronto!
Desalinhou-se o tonto
que confiou num compadre
todo solto de comadre
que lhe segurasse a vontade.

Eis que se enchem recipientes
atacados até aos dentes
de perfumada trampa
que teima em não ter campa
onde deitar as costas
ou as primas bostas.

E lá vem mais um ardil,
uma peta de Abril,
para aconchegar a sede viva
de um gozo que não se priva.

Valdevinoxis




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=39666